sábado, agosto 21, 2010

Estrella Pop

Já sabíamos que André de Villas e Boas era assim um bocado a atirar para o aristocrático. E que aristocracia a sério só mesmo na Velha Albion. Mas só agora descobrimos que o gosto pelo luxo e a tradição o levaram a imitar na perfeição um grande nome da música britânica – sim, esse grande ídolo que é o Rick Astley.
Antes de lhe surgir a primeira borbulha e de descer as escadas para ver se o Bobby Robson tinha Clearasil (aquilo dos relatórios era apenas para meter conversa), o menino Villas Boas, com dez cândidos aninhos, dedicou-se de corpo e alma a cantar em frente ao espelho o “Never Gonna Give You Up”, movendo as suas ancas como se estivesse a fugir a sete pés do Sporting, forçando a voz impúbere a atingir níveis de inusitada gravidade para a sua idade e, claro, espetando o seu cabelo para ficar com aquela popa ruiva tão característica. Por exemplo, utilizando um gel Shockwaves, colheita de 1987 (ou seja, uma espécie de cola misturada com cimento com textura semelhante à do azeite), ou esticando a cabeça de fora em viagens a mais de 100 km/h na auto-estrada, qual canídeo, para que o cabelo ficasse tipo serapilheira eriçada. Os resultados foram avassaladores, como se pode constatar.
Para todos aqueles que julgam que o discurso do menino Villas Boas é mera petulância, dêem-lhe um desconto: o puto ainda julga que é mesmo uma estrela pop.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Ludemar... quem?

Pois é, aposto que nem o Anthcouet e o Neca se lembram do Ludemar.
Reforço do Belenenses em 2002/2003 vindo do Náutico.



Com esta bela fronha, nao admira que tivesse tido problemas disciplinares um ano mais tarde no Leiria! uuuuuuuuuuuhhhhhhhhh... medo Ludemar!
Ainda por cima partilhou o balneário com um gajo chato , sempre a cantar, como o Helton. Um defesa que só pensava em ter fitinhas na cabeça e em jogar futebol de praia,de seu nome Bilro.
Um maluco como o Peixe, um Otacílio na sua melhor forma, um Maciel que lhe escapava como uma enguia, no balneário, entre um sabonete e um frasco de gel. E ainda um Douala que nao se decidia entre skinhead, tranças, cabelo amarelo, rapado...etc..
Um gajo dá em doido!!
Ludemar, estamos contigo..!! mesmo que agora jogues no Barra do Garças, de uma região recôndida do Brasil.

sábado, agosto 14, 2010

A Quadratura do Círculo

A geometria está em todo o lado nos nossos campos de futebol.
E não falo do mais óbvio que são as marcações do rectângulo, o grande círculo, a meia-lua, etc.
Nem sequer estou a falar do losango do Paulo Bento, ou do "losângulo", se vos soa melhor; nem do Angulo, nem tampouco do Ciel, que parece que cai redondo com frequência à porta dos bares.
E é possível dar aplicações muito peculiares à geometria do futebol.



Eu estou a falar de Mbesuma.

























A Zâmbia polvilha-nos de quando em vez com saborosos pedaços de fauna fuebolística. Como essa pepita chamada Kalaba. E, claro, Mbesuma. Este tímido, mas disforme, zambiano que passeou o seu vistoso crânio pelo Funchal era como que um milagre geométrico que teria certamente deslumbrado os antigos egípcios, tão excepcional era o formato da sua cabeça.


Peguemos então num círculo...















... adicionemos o quadrado humano que era a cabeça do Mbesuma...























... e o que temos?
























Exacto, a Quadratura do Círculo.
Esse programa tão ilustre. Que parece estar tão longe do Mbesuma e no entanto está tão perto.
E, coisa disforme por coisa disforme, talvez o Mbesuma já pudesse substituir o Pacheco Pereira.
Aposto que não passaria tão despercebido como passou nos relvados.
































































































































































































quinta-feira, agosto 05, 2010

A Família das Aves

As fotos de família são geralmente pictogramas de elevado grau de pureza cromática. Porém, esta não contém grandes pontos de interesse. Mas, também, o que se espera em plena silly season?
Não, esta não é uma equipa blockbuster. Isso era o Tirsense, o seu rival, que ainda chegou a contar com Rashiid Daoudi, Giovanella, Goran, Paredão, Siasia, Toninho Cruz e o minúsculo Caetano. Isso sim, era um elenco de estrelas e com propensão para grandes efeitos especiais. O Tirsense era muito mais porreiro que o Aves, que dava nas vistas apenas por ter o Professor Neca ao leme. E logo uma temporada inteira, se fosse preciso. Ou durante várias temporadas. Aquela gente sofreu.
E com isto acabei de ser considerado persona non grata na Vila das Aves. É mais um local que tenho para riscar do meu mapa de Portugal. Com tantos riscos, acho que já só posso passear tranquilo em Fornos de Algodres. Como se aquilo tivesse algo de jeito para se ver... Pronto, agora já nem em Fornos de Algodres. Talvez ainda possa ir a Sernancelhe, então.
Retomando a foto, talvez estejamos a desmerecer o carisma inigualável do Professor Neca. Ele era a verdadeira alpista do Aves e até subiu o clube de divisão nesta época. Mas ainda iria a tempo de o descer outra vez no futuro, como quem diz “Estão a ver? Quem sabe, não desaprende”. Se calhar, também não devíamos olhar de relance aqueles sujeitos fardados à civil que posam orgulhosamente junto dos discípulos de Neca, de camisas abertas, ou de óculos escuros ou com simples t-shirts que realçam a volumetria do seu tecido adiposo. Nem menosprezar aquele bigode do sr. dirigente. Imagino que seja dirigente. Pela gravata e pelo bigode. O bigode não é um ornamento utilizado em vão – quem o nutre, nutre-o porque sabe que tem um status para cuidar. Mas este dirigente seria, no máximo, o segundo elemento mais importante do clube. Porque onde está Neca nada medra acima dele. E abaixo dele tudo se torna medra.
Acho que me tornei disléxico algures na última frase.
Depois há alguns pormenores igualmente simpáticos. O primeiro da fila de baixo, do lado esquerdo, cultiva uma pose blasé, do género “estou-me a lixar para o que vocês pensam” e teima em manter as mãos mais próximas do seu abono de família do que em cima dos joelhos, como todos os outros. Na mesma fila, o 3º elemento a contar da direita está nitidamente apertado e com dificuldades em arranjar espaço. Podia ser uma indisposição intestinal momentânea, mas cremos que ele era mesmo o elo mais fraco, o que ficava a aquecer toda a segunda parte e se preparava para entrar quando o árbitro dava o jogo por terminado. E na fila de cima estão dois símbolos: o central duradouro que foi Paulo Alexandre, na sua época de exílio de Chaves. Pensava ele que era pouco, no fundo era só tirar o “ch” e estaria em casa. Mas as coisas não foram assim tão lineares e ao fim de uma época voltou, acometido por terríveis cólicas de saudade, para o seu aconchego natural. Jurou que “Aves nunca mais”. Até baniu os canários e periquitos lá de casa. A outra figura, lá no canto superior direito, é o Vieira, a torre barbuda, o homem que um dia marcou um golo pelo Famalicão nas Antas e com isso despoletou nos adeptos portistas uma forte necessidade de agasalhar os elementos da comunicação social presentes nessa noite fria com calorosos pontapés e cuspidelas aquecidas. O típico “one-goal wonder”.
Neste plantel estavam ainda o goleiro Cândido, Jean Paulista, Nenad e Naddah. De quem ninguém sabe Naddah. Para dizer a verdade, isso também não interessa para Naddah.
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